sábado, 25 de setembro de 2010

Pablo Neruda - o teu riso


O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,

a água que de súbito
brota da tua alegria,

a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.....

Nenhum comentário: